Cidades enfermas. Epidemias, instituições e sujeitos. Rio de Janeiro e La Habana na época colonial (1758-1808)

  1. Hasan Brizola, Jaqueline
Supervised by:
  1. Josep Lluís Barona Director
  2. Fabio Kühn Co-director

Defence university: Universitat de València

Fecha de defensa: 21 November 2022

Committee:
  1. María Luz López Terrada Chair
  2. José Pardo Tomás Secretary
  3. Ynaê Lopes dos Santos Committee member
  4. José Rivair Macedo Committee member
Department:
  1. HISTORY OF SCI

Type: Thesis

Teseo: 766375 DIALNET lock_openTESEO editor

Abstract

A presente tese objetiva investigar os mecanismos de controle de epidemias em duas cidades portuárias do continente americano entre os séculos XVIII e princípios do século XIX, Rio de Janeiro e Havana. Comparando a documentação elaborada por agentes dos Impérios Espanhol e Português ou por médicos que atuaram em Cuba e no Brasil, observa-se um cenário de descontrole de doenças potencialmente epidêmicas como a varíola ou a febre amarela, e a existência de ações com vistas a “prevenir” enfermidades nos portos das duas cidades. Tais medidas, entretanto, nem sempre garantiam as condições de proteção aos sujeitos que viviam nestas localidades já que foram direcionadas a uma parcela da população, majoritariamente africanos escravizados recém-chegados ao continente, enquanto outros grupos circulavam livremente ou não eram submetidos às quarentenas. A movimentação de homens ligados à atividade militar revelou-se, ademais, determinante para o desenvolvimento de epidemias no período investigado, como a que ocorrera em Havana, no ano de 1762, por ocasião do conflito entre Ingleses e Espanhóis pela posse da Ilha. Finalmente, as ações de combate a varíola, em um momento anterior a descoberta da vacina e nos primeiros anos de aplicação do preventivo, demonstraram que os escravizados estiveram entre os sujeitos mais vacinados em Cuba, além de terem viabilizado as primeiras estratégias de vacinação no Brasil. Palavras chave: Epidemias, quarentenas, portos, escravos, médicos, inoculação, vacinação, séculos XVIII e XIX